09/07/2009

Ah,eu quero é saúde!

Quando eu resolvi guardar meus ursinhos de pelúcia, veio minha mãe com a primeira boneca de pano da minha vida (eu amei,mesmo com dezenove anos),esta me lembra que, doçura,carinho e proteção precisam estar sempre em cima da minha cama.
A verdade é que não gosto de fazer aniversário, gosto é de ser amada e de ter saúde,e honestamente não me sinto muito à vontade em fazer vinte anos, tenho o sério receio de ficar velha - não de envelhecer. Além do mais, um dos meus medos é o de ficar amarga.Já viu como as pessoas amargas são terrenas,cruéis e cansam os olhos e a cabeça?Pois é. Borro de medo de ficar dura com o passar das primaveras. Para muitos esse processo de endurecimento pessoal, é inevitável, não são todos que conseguem cicatrizar as chicotadas do mundo. E eu notei.Meus amigos ficaram mais sérios.Eu fiquei mais séria.Passei uma semana remoendo,se isso era ilusório ou não.Cheguei a conclusão que não era mais um espasmo individual -tive susto,revolta,solidão e saudade.Foi então que eu decidi,jogar o saudosismo do lado e partir para conclusões reais.Cheguei perto de encontra-las ,e no meu dossiê,conclui que nem sempre falta de humor,é seriedade,pode ser preocupação. Silêncio não é vazio de expressão/expressividade, pode ser cautela ou medo do ridículo.Rigidez não é prepotência ou autoritarismo, talvez é necessidade de ocasião.È lógico que em dose exagerada remédio é veneno.
Me acalmei ao pensar que retirar ideais de romantismo,perfeição e felicidade completa são coisas necessárias,viver no mundo real,crescer, exige posturas: menos idealizadas e de constante estado de alegria,e sorriso pra todos os lados.O mundo,a vida,as coisas não são um concurso de beleza,cujo desejo próprio e principal é "a paz mundial".Não há quem viva sossegada, só na sombra,bebendo água fresca.
Sei que meu nascimento não coincide com nenhuma data histórica, nem com o nascimento de algum rei. Mas em duas décadas de existência não posso dizer que não presenciei coisas interessantíssimas e fatos históricos, pois até vi o Michael Jackson morrer e fui ao show da Rita Lee (o que é indissociável do meu 2.0).
Está frio, cama está desarrumada, a mala está ao meu lado,as fotos na parede, a boneca ali no canto, e do lado de fora do concreto, uma cidade inteira me esperando.Então eu sei,"porque eu nasci pra saber",que é preciso tatuar doçura na pele,chorar quando necessário,porque dúvidas,medo e crises vou ter todos os anos, e quando estiver o dobro da minha idade,provavelmente estarei na crise dos quarenta,”mas enquanto estiver viva,cheia de graça,talvez ainda faça um monte de gente feliz,Uh uh,uh”.